O corpo nu dela
Como uma seqüência de coisas
Que a vontade de um menino
Desenharia
Seios grandes
Uma cintura estreita
Sobre uma foto
De uma outra mulher.
Desmancha dentro dela
O que foi tudo
Hoje
Eu acordei
Meio bêbado
Se eu soubesse
Beber menos
Ser assim ia
Doer mais
Aqui perto
Do que lá junto
Dela
Não
Lembrar mais dessa leveza
E de um monte de besteiras azedas
Enchendo o estômago
De uma vez
Por todas
Os dias
Vão cuspindo na minha cabeça
De cima do viaduto e
Vão caindo lá de cima
Numa única porrada,
Numa hora
Eu te vi
E depois
Outras manhãs
Ou costume de amanhecer
Acham o caminho
Do labirinto na garganta
Da privada
O sol chega
Arrotando no meu
Quarto
O cheiro
Das latas de cerveja espalhadas
Atrás dos prédios
O dia
É só o comprimido matinal
Do mundo.
(Poema 3; in Tudo Isso Que Eu Não Consigo Dizer Embalado Pra Viagem)
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